Atacante mistura pingue-pongue com pinturas para contribuir com pesquisa contra tipos raros de câncer

A pandemia impediu a realização do tradicional torneio anual de pingue-pongue de caridade de jogadores da NHL e celebridades, mas não que o atacante canadense Dominic Moore, de 40 anos, idealizador do evento, fizesse sua parte para contribuir com a pesquisa contra o câncer. O Smashfest,  que já arrecadou mais de US$ 1 milhão em doações para pesquisas de câncer raros em seus oito anos de existência, adiado por conta do distanciamento social exigido, deu lugar a uma ideia que envolve a arte, mais especificamente a pintura, para que a ajuda não deixasse de acontecer em 2020.

A primeira esposa de Moore, Katie, morreu de câncer em janeiro de 2013. A história da luta de Katie contra um tipo raro de câncer e o drama vivido pelo atacante, então no New York Rangers, que acabou lhe rendendo o Bill Masterton Memorial Trophy (dado anualmente ao jogador da NHL que “melhor exemplifica as qualidades de perseverança, espírito esportivo e dedicação ao hóquei”) em 2014, foi contada pelo Hockey4Life. Foi a partir dali que Dominic Moore passou a olhar para a causa da pesquisa contra os tipos raros de câncer, com a criação da Katie Moore Foundation, em memória da esposa.

“É uma doença que afeta quase todas as pessoas de uma forma ou de outra, independentemente de terem passado por ela ou conhecer alguém que a teve”, disse Moore. “É uma luta contínua e precisamos ser ativos em continuar a aprender e estudar sobre coisas como cânceres raros”, disse Moore.

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“Este teria sido o nosso nono ano (do Smashfest), mas obviamente o COVID nos impediu de ter o torneio. Então, eu tive que pensar um pouco fora da caixa”, disse Moore, ex-New York Rangers, Tampa Bay Lightning, Montral Canadiens, San Jose Sharks, Minnesota Wild, Florida Panthers, Bufallo Sabres, Pittsburgh Penguins e Boston Bruins, e atualmente sem clube, cujo último jogo na NHL foi com o Toronto Maple Leafs na temporada 2017-18, antes de partir para o hóquei suíço.

“Tive uma ideia, há alguns anos, em que os jogadores revelariam suas personalidades em uma entrevista, então os representaríamos por meio de pinturas no topo das mesas de pingue-pongue, mostrando o que é importante para eles. Em seguida, revelaríamos as mesas para eles assim que terminasse e ver suas reações”, comentou Moore, que viu a oportunidade para colocar a ideia em prática.

“Como não podíamos realizar o Smashfest, parecia um bom momento para implementar a ideia”.

O conceito resultou em uma série de episódios de 30 minutos chamada “Unveiled: By Smashfest”, todos já disponíveis (veja os vídeos abaixo).

EPISÓDIO 1 (Brad Marchand e Mitchell Marner)

EPISÓDIO 2 (Victor Hedman, Jack e Quinn Hughes)

EPISÓDIO 3 (Kevin Hayes e Cale Makar)

“As pinturas nas mesas têm sido incríveis até agora. Os jogadores ficaram maravilhados com elas”.

As mesas artísticas estão sendo sorteadas para os fãs que podem se registrar para ter a chance de ganhar através do site do Smashfest, com a renda destinada a pesquisas sobre câncer raro. Os jogadores também recebem réplicas de suas pinturas.

O homem que transforma as mesas em peças de arte é Alex Bacon, um artista de rua de Toronto. Ele e Dominic Moore se conheceram no Smashfest anos atrás e são amigos desde então.

“É super, super difícil até mesmo conseguir ingressos para um jogo do Maple Leafs, então, ter acesso aos jogadores e ouvir suas histórias é super, super incrível”, disse Bacon. “Esses caras são como deuses aqui no Canadá, e eles são indivíduos totalmente legais. Eu ouço suas entrevistas, tenho uma ideia para um conceito, levo cerca de três horas para pintar, então nós mostramos a eles. Eu acho o projeto incrível, especialmente com o que Dominic está fazendo”.

Até este ponto, os jogadores ficaram bastante surpresos com a forma como Bacon converteu suas histórias em imagens detalhadas em uma mesa de pingue-pongue. Brad Marchand, atacante do Boston Bruins, e Mitchell Marner, do Toronto Maple Leafs, foram os convidados do primeiro episódio de “Unveiled” em junho. A julgar por suas reações individuais para suas respectivas revelações de mesa, a ideia foi um sucesso desde o início.

Marchand é natural da Nova Escócia e foi muito apaixonado por explicar seu amor pela caça. Ele ficou surpreso ao ver pela primeira vez a pintura de um grande veado com montanhas ao fundo e seu número 63 ao lado.

“Isso é incrível”, disse Marchand, sorrindo de orelha a orelha.

O fascínio de Marner pela mitologia grega resultou em uma mesa com o deus Zeus. Foi acompanhada pela palavra “Família”, um conceito que lhe é caro e querido.

“Isso é perverso. Isso é uma loucura”, disse Marner ao ver a mesa pela primeira vez.

O defensor Victor Hedman, do Tampa Bay Lightning, e os irmãos Hughes, o defensor Quinn, do Vancouver Canucks, e o atacante Jack, do New Jersey Devils, ficaram igualmente entusiasmados quando suas respectivas mesas foram reveladas durante o episódio 2 em julho.

Enquanto novembro é o mês do Hockey Fights Cancer, a  iniciativa filantrópica da National Hockey League (NHL) e da associação dos jogadores (NHLPA) dedicada a arrecadar dinheiro e conscientizar para a pesquisa de combate ao câncer, a batalha contra a doença é um projeto de 12 meses por ano para Bacon e Moore.

“O câncer afetou provavelmente quase todas as famílias que conheço. Isso afetou minha família. A irmã da minha mãe morreu de câncer de mama. Então, se houver algo que eu possa fazer para trazer um pouco de consciência, quero fazer parte disso”, disse Alex Bacon.

“A NHL tem sido uma grande parceira para este projeto. Estou muito feliz em tempos de pandemia por termos encontrado uma maneira de continuar ajudando”, finalizou Dominic Moore.

Hockey on!

*Hockey4Life é uma série de postagens que contam histórias de vida, superação e gentilezas, e que tem o hóquei no gelo ou seus personagens como pano de fundo.

Trilha sugerida para a leitura: Simple Plan – Save You

 

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