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Inspiração: ex-capitã dos EUA publica livro infantil sobre menina que sonha ser jogadora de hóquei
- Por Diogo Finelli
- Atualizado: 4 de março de 2022
Cammi Granato sempre quis escrever um livro infantil. Mas depois de ser informada de que não haveria mercado para isso, várias vezes, ela fez exatamente o que fez em toda a sua carreira – ela seguiu em frente, criando seu próprio caminho. O resultado é “I Can Play Too” (“Eu Também Posso Jogar”, na tradução), a história de Mimi, uma garota que quer jogar hóquei como seus irmãos mais velhos, um caminho que não era exatamente o aceito. Mimi, é claro, é uma referência à pequena Granato, que desafiou as expectativas para se tornar um membro do Hockey Hall of Fame e, mais recentemente, uma assistente de gerente geral do Vancouver Canucks.
“Quando eu disse (aos meus pais) que queria patinar, eles simplesmente entenderam que eu queria dizer patinação artística, porque era isso que as meninas faziam”, disse Granato. “Eu tive que convencê-los de que não era isso que eu queria fazer. Eu tive muita sorte de ter pais que, naquela época apenas pensaram, ‘por que não? Vamos deixar ela fazer isso mesmo que não haja outras garotas'”.
Ela sentiu que sua história tinha a chance de inspirar outras pessoas, especialmente sabendo que há poucos livros sobre jogadoras de hóquei. Então, três verões atrás, Granato arriscou, escrevendo o rascunho do livro em um acampamento Vancouver Islander durante uma viagem de acampamento com sua família.
“A maior mensagem é que não importa o que as outras pessoas pensam sobre o que você quer fazer, você deve seguir o que você é apaixonado”, disse Granato. “Mesmo que não seja tradicional. É muito importante fazer o que você ama”.
Granato refletiu sobre um momento do livro em que a irmã de Mimi a está aconselhando depois de um encontro com um grupo de patinadores artísticos que estão zombando de sua escolha, e sobre o conselho que sua própria irmã lhe deu quando os patinadores artísticos apagariam as luzes dela, e riram nos primeiros dias de Granato como jogadora de hóquei.
“Ela estava tipo, ‘Mantenha sua cabeça erguida. Você está fazendo o que ama'”, disse Granato. “E isso é realmente um ótimo conselho”.
O livro – que pode ser adquirido no site de Cammi Granato – não apenas transmite uma mensagem que é cara ao coração de Granato, mas ela conseguiu incluir e homenagear alguns membros de sua família ao mesmo tempo. “I Can Play Too” é ilustrado pelo sobrinho de Granato, Dom. E a personagem principal, Mimi, tem o nome da tia de Granato, que morreu de parada cardíaca quando ela tinha 15 anos, algo que Granato chamou de “uma perda devastadora para a família”.
É algo que também afetou o ex-jogador da NHL Craig Cunningham, que sofreu uma parada cardíaca no gelo antes de um jogo com o Tucson Roadrunners, da American Hockey League (AHL), em 2016. Cunningham, um amigo próximo da família, sobreviveu, e uma parte das vendas do livro beneficiarão a Craig Cunningham All Heart Foundation, cuja missão é promover a prevenção da parada cardíaca súbita.
Granato foi atacante e era capitã do time de hóquei feminino dos Estados Unidos que conquistou a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Nagano em 1998. A duas vezes atleta olímpica disputou todos os campeonatos do mundo da IIHF de 1990 a 2005 e foi introduzida no Hall da Fama do Hóquei em 2010. Antes de ser anunciada como assistente de gerente geral do Vancouver Canucks, Cammi Granato trabalhou como olheira (scout) no Seattle Kraken, time que fez sua estreia na NHL na atual temporada.
Seu irmão, Tony Granato, jogou 13 temporadas da NHL, treinou o Colorado Avalanche de 2002-04 e em 2008-09, e é treinador do time masculino de hóquei da Universidade de Wisconsin. Seu marido, Ray Ferraro, jogou 18 temporadas da NHL.
Hockey on!
*Hockey4Life é uma série de postagens que contam histórias de vida, superação e gentilezas, e que tem o hóquei no gelo ou seus personagens como pano de fundo.
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Sobre Diogo Finelli
Jornalista esportivo desde 2000, fã de hóquei no gelo desde 1995, quando conheceu o esporte nos jogos de computador. Torcedor do New York Rangers, fã de hard rock, e que encontrou no hóquei no gelo a identificação pelos ensinamentos e valores que o esporte propõe.
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