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Fã do Vancouver, garota de 12 anos mobiliza redes sociais por verba para tratar câncer raro e mortal
- Por Diogo Finelli
- Atualizado: 1 de janeiro de 2021
A luta pela vida uniu as histórias de Halle Krawczyk, de 12 anos, e Kyle Blanleil, de 35, ambos torcedores do Vancouver Canucks. Halle, uma garota da cidade de Salmon, em British Columbia, no Canadá, foi diagnosticada com cordoma mal diferenciado em 2017. O câncer raro e mortal foi superado por Kyle, que logo que ouviu a história da menina se prontificou a ajudar, sendo o exemplo de superação e de que é possível se curar, ainda que, por ser muito incomum, tem tratamento específico e muito caro. Assim, o homem, de Kelowna, também em BC, iniciou uma campanha as redes sociais para incentivar as pessoas a fazer doações e ajudar a família de Halle a atingir o valor de US$ 500.000 necessários para o tratamento.
O cordoma mal diferenciado afeta uma em cada 20 milhões de pessoas; em comparação, as chances de ganhar na loteria são de uma em 14 milhões. Como o câncer de Halle é muito raro, o tratamento não está prontamente disponível. Ela já passou por quimioterapia, imunoterapia e um tratamento experimental com drogas, mas os pais Matt e Carolyn Krawczyk, ao lado de sua outra filha Hunter, não vão parar de buscar uma cura para Halle.
Durante o tratamento de quimioterapia de Halle, ela ficou na Ronald McDonald House em Vancouver e ia aos jogos do Canucks sempre que os ingressos eram doados. Assistir seu time favorito jogar era uma bela distração para Halle, embora ela frequentemente tivesse que sair dos jogos mais cedo por causa do enjoo da quimioterapia.
Na próxima vez que Halle assistir a um jogo pessoalmente, ela espera chegar até o final de uma vitória dos Canucks. Notícias recentes na área de cirurgia deram a Halle e sua família a esperança de que isso aconteça mais cedo ou mais tarde.
No início de novembro, as especialidades mundiais em cordoma realizaram uma conferência em Boston. O caso de Halle foi discutido e uma recomendação foi determinada. Halle exigirá três cirurgias em um curto intervalo de tempo na Universidade de Pittsburgh. Ela vai passar um mínimo de 21 dias no hospital, seguido por várias semanas de cura antes de voar para Boston para uma longa radiação de feixe de prótons.
A equipe em Pittsburgh acredita que pode tirar 95 a 98 por cento do tumor, e que a radiação pós-cirurgia eliminará todas as células remanescentes. Mas, claro, há um problema – sempre há um problema. O custo da cirurgia e despesas relacionadas é estimado em US$ 500.000.
Embora o custo das cirurgias na Universidade de Pittsburgh tenha sido negado inicialmente pelo Plano de Serviços Médicos do Canadá (MSP), o plano reverteu o curso e pagará pelas cirurgias, que custarão no mínimo US$ 325.000. Essa foi uma notícia muito bem-vinda para a família Krawczyk, mas eles ainda não estão fora de perigo.
A família deve ficar nos Estados Unidos por seis meses durante o tratamento e a recuperação de Halle, o que significa que Matt e Carolyn não poderão trabalhar enquanto cuidam de suas filhas. Uma página do GoFundMe foi criada inicialmente para ajudar a levantar o total de US$ 500.000 necessários para as cirurgias e despesas de moradia e viagem, mas a família agora espera arrecadar US$ 200.000 para ajudar a custear o período que passarão com a filha nos EUA. Até agora, mais de US$ 111.000 foram arrecadados, o que significa mais da metade do valor necessário.
É aí que entra Kyle Blanleil, que está literalmente de cabeça para baixo para ajudar a levantar o resto do dinheiro. O homem, de 35 anos, de Kelowna, BC, tinha 19 anos quando os médicos encontraram um tumor em sua coluna. Era cordoma. Após passar por uma cirurgia malsucedida, Blanleil recebeu cinco anos de vida e um ano de caminhada (depois não andaria mais). Disseram-lhe que novas cirurgias não eram uma opção.
O atleta inspirador Rick Hansen, que é mais conhecido como o “Homem em Movimento” por sua viagem épica de 26 meses, 34 países e 40.000 km em cadeira de rodas ao redor do mundo em 1985 em nome da inclusão para pessoas com deficiência e para encontrar uma cura para paralisia, ouviu falar de Blanleil e o aconselhou a se encontrar com uma equipe de médicos de coluna em Vancouver. Blanleil o fez e ele recebeu uma cirurgia bem-sucedida antes de passar pela radiação de feixe de prótons na Califórnia.
Blanleil, um fã de longa data dos Canucks, ouviu a história de Halle e imediatamente estendeu a mão para a família. Eles se encontraram no dia seguinte para um café e ele viu muito do que passou no que eles estão passando. Foi quando ele começou não apenas a compartilhar o link para a página GoFundMe, mas também um desafio especial.
“Por ser um sobrevivente e ouvir que tenho cinco anos de vida, esta é nossa chance de ajudar”, disse Blanleil. “Sua melhor chance de sucesso agora é a Universidade de Pittsburgh, então, precisamos ajudá-la a chegar lá. Halle é uma ginasta muito apaixonada, então pensei, que tal ‘Handstands for Halle’ (que consiste em se apoiar na parede de cabeça pra baixo).
#HandstandForHalle pic.twitter.com/Xdq8Uzc592
— Salmon Arm Silverbacks (@SASilverbacks) December 8, 2020
“O que estou desafiando todos a fazer é tentar ficar na posição e postar em suas redes sociais com a hashtag #HandstandforHalle, marcar a página GoFundMe de Halle e doar se puder – nenhuma doação é pequena. Vamos nos juntar para conseguir que ela vá a Pittsburgh para que possa fazer a cirurgia e ter sucesso, como eu”.
Seja #HandstandforHalle ou o plural #HandstandsforHalle, Halle e a família Krawczyk agradecem todo o amor e apoio, especialmente durante a temporada de férias.
Hockey on!
*Hockey4Life é uma série de postagens que contam histórias de vida, superação e gentilezas, e que tem o hóquei no gelo ou seus personagens como pano de fundo.
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Sobre Diogo Finelli
Jornalista esportivo desde 2000, fã de hóquei no gelo desde 1995, quando conheceu o esporte nos jogos de computador. Torcedor do New York Rangers, fã de hard rock, e que encontrou no hóquei no gelo a identificação pelos ensinamentos e valores que o esporte propõe.
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