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Há cinco anos, Dominic Moore era premiado pela superação após morte da esposa
- Por Diogo Finelli
- Atualizado: 25 de junho de 2019
Até o dia 29 de maio de 2014, talvez eu não desse tanta importância ao então dono da camisa 28 do New York Rangers, o canadense Dominic Moore. E, de fato, eu não dava. Também não era um jogador que aparecia tanto, era reserva, apesar da experiência (tinha 34 anos), com passagens por várias equipes da NHL, um jogador que rodou bastante (draftado/selecionado pelo NY Rangers em 2003, passou por Pittsbugh Penguins, Minnesota Wild, Toronto Maple Leafs, Buffalo Sabres, Florida Panthers, Montreal Canadiens, Tampa Bay Lightning e San Jose Sharks, antes de voltar aos Rangers, isso entre 2005 e 2013).
No dia 29 de maio de 2014, foi de Moore o gol da vitória de 1 a 0 sobre o Montreal Canadiens, no Madison Square Garden, que deu o título da Conferência Leste aos Rangers. O gol saiu aos 18:07 do segundo período, após passe de Bryan Boyle. E foi um gol especial, não apenas pela vitória e pela conquista da equipe, mas pelo que Dominic Moore havia passado. E foi ao saber de sua história que, instantaneamente, o camisa 28 passou a ser meu jogador preferido do NY Rangers (a vaga de “ídolo” estava aberta desde a saída de Ryan Callahan, meses antes, para o Tampa Bay Lightning).
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Logo após o gol, e quando terminou o jogo contra o Montreal Canadiens, Moore foi bastante festejado pelos companheiros (veja abaixo o vídeo com o áudio de Moore, captado no lance do gol). Parecia ter algo “diferente”. E tinha. Eu mesmo não sabia (por puro relapso, já que acompanho os jogos e não estava ligado que ele fazia parte do grupo, não me chamava a atenção), mas Dom Moore, como é chamado pelos colegas de time e torcedores, havia retornado ao hóquei, sua paixão (e profissão), após 18 meses afastado.
Afastado desde que decidiu ficar ao lado da esposa, Katie Moore, quando ela foi diagnosticada com um tipo raro de câncer no fígado. Entre 16 de abril de 2012 e 3 de outubro de 2013 (um ano e meio, ou 18 meses), Dominic Moore ficou longe do gelo. Parte desse período com a esposa, que passou por um agressivo tratamento contra o câncer. Outra parte, sem poder estar ao lado de Katie, com quem esteve casado por dois anos, e que faleceu no dia 7 de janeiro de 2013, aos 32 anos. Desde a perda da esposa, foram nove meses até o retorno, já pelo New York Rangers (a última partida havia sido pelo San Jose Sharks, contra St. Louis Blues, pelos playoffs da Stanley Cup de 2012).
A volta ao hóquei no gelo foi uma forma de Moore conseguir levar os dias sem a esposa, que foi devidamente homenageada por ele. Dominic criou a Fundação Katie Moore (The Katie Moore Foundation), que ajuda pacientes com tipos raros de câncer e dá suporte aos seus familiares. O retorno ao esporte foi reconhecido pela National Hockey League (NHL), que agraciou Dominic Moore com um troféu no NHL Awards 2013-2014 (veja a premiação no vídeo abaixo). Ele recebeu o Bill Masterton Memorial Trophy, dado anualmente ao jogador da NHL que “melhor exemplifica as qualidades de perseverança, espírito esportivo e dedicação ao hóquei”.
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O troféu leva o nome de Bill Masterton, ex-central canadense do Minnesota North Stars, que morreu em janeiro de 1968, aos 28 anos, em decorrência de lesões na cabeça. Foi o único jogador na história da NHL que morreu por causa de lesões sofridas em um jogo, resultado de ferimentos na cabeça provocados por um hit (choque, trombada), em 13 de janeiro daquele ano, na partida contra o Oakland Seals. A morte de Masterton, cuja carreira foi de 1961 a 1968, provocou um longo debate sobre a utilização obrigatória de capacetes por parte dos jogadores.
Um ano após a morte da esposa, Dominic Moore falou sobre a história e o retorno ao hóquei em entrevista ao site da NHL e ao “Hockey Night in Canada”. Veja o vídeo abaixo:
Dominic Moore deixou o New York Rangers ao final da temporada 2015-2016, jogou a temporada seguinte pelo Boston Bruins e parte da temporada 2017-2018 pelo Toronto Maple Leafs. Em janeiro deste ano, o atacante assinou por um ano com o ZSC Lions, da Suíça.
Hockey on!
*em memória de Katie Urbanic Moore
*Hockey4Life é uma série de postagens que contam histórias de vida, superação e gentilezas, e que tem o hóquei no gelo ou seus personagens como pano de fundo.
Trilha sugerida para a leitura: Papa Roach – No Matter What (acoustic)
(selecionei mais de 20 músicas para estar nesta trilha. pensei em deixar sem música, mas, optei por postar apenas uma)
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Sobre Diogo Finelli
Jornalista esportivo desde 2000, fã de hóquei no gelo desde 1995, quando conheceu o esporte nos jogos de computador. Torcedor do New York Rangers, fã de hard rock, e que encontrou no hóquei no gelo a identificação pelos ensinamentos e valores que o esporte propõe.
Pequise
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