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Irmão de ex-jogador da NHL pedala mais de 2,5 mil quilômetros para ajudar fundação do coração
- Por Diogo Finelli
- Atualizado: 15 de agosto de 2018
Craig Cunningham foi forçado a interromper precocemente a carreira em 2016, aos 26 anos. O atacante, que havia atuado em 63 jogos da National Hockey League (NHL) por Boston Bruins e Arizona Coyotes, sofreu uma parada cardíaca antes de uma partida pelo Tucson Roadrunners, da American Hockey League (AHL), a principal liga de desenvolvimento para a NHL, em novembro de 2016. O coração do jogador parou de bater por 83 minutos, e ele teve sorte de sobreviver. Durante a recuperação, uma infecção forçou Cunningham a ter uma perna amputada.
O irmão mais velho do ex-atacante, Ryan Cunningham, em uma iniciativa exemplar, decidiu pedalar mais de 2.500 quilômetros de sua casa, em Castlegar, em British Columbia, no Canadá, até Tucson, no Arizona, nos Estados Unidos, em 16 dias, com o início no último dia 3 de agosto. O objetivo? Arrecadar dinheiro para a All Heart Foundation, fundação criada por Craig Cunningham e pelo Dr. Zain Khalpey, o cirurgião que salvou a vida do ex-jogador (veja uma reportagem de TV no vídeo acima).
“Eu não posso nem te dizer em palavras o que isso significa para mim. É uma grande coisa que ele fará, em que nós não apenas promoveremos a All Heart Foundation, mas a causa e as coisas que estamos desenvolvendo para tentar mudar um pouco o jogo”, disse Craig sobre a jornada de seu irmão, de acordo com Shane Dale, do canal ABC.
Ryan criou uma página do GoFundMe com o objetivo de angariar US$ 50.000. Ele teve um bom começo, já que no dia em que iniciou a aventura havia arrecadado US$ 19.600 – sem incluir as doações separadas de US$ 5.000 que o Arizona Coyotes e o Tucson Roadrunners irão fazer. Até o dia da publicação, este valor estava na metade do que é pretendido.
“É obviamente um enorme sacrifício e compromisso. Acho que, ao conversar com ele, ele acabou de ver tudo o que aconteceu no hospital, mas não apenas o que passei, mas como todos os médicos, enfermeiras e o hospital cuidaram de mim e o quanto trabalharam. A minha chance era uma em um milhão, e infelizmente, outras pessoas não conseguem ter o mesmo resultado que eu.”, disse Craig sobre o seu irmão.
“Vendo o que ele passou, os obstáculos que ele superou, eu quis fazer justiça ao espírito que ele havia mostrado. Eu tive que escolher algo que estava muito além do meu alcance no momento”, disse Ryan.
Em março de 2017, quatro meses depois da parada cardíaca, Craig Cunningham voltou ao gelo, com ajuda da equipe médica, já com a prótese na perna esquerda (veja abaixo).
After all, he’s a hockey player.
Back at it. pic.twitter.com/QrxdfhRygg
— Tucson Roadrunners (@RoadrunnersAHL) 31 de março de 2017
Craig Cunningham disse que a All Heart Foundation está trabalhando para financiar o desenvolvimento de um aplicativo que se conecta a um monitor de frequência cardíaca usado no pulso. O aplicativo rastrearia a variabilidade da frequência cardíaca e sinalizaria irregularidades e alertaria um médico, que pode avaliar a situação.
“Esperamos que eles possam prever uma parada cardíaca súbita antes que aconteça”, disse Craig, que não esconde o orgulho pela iniciativa do irmão Ryan e o que ela significa.
“Significa muito. É provavelmente, ao lado do Dr. Khalpey salvar minha vida, a segunda maior coisa que alguém fez por mim na minha vida”, exclamou Craig Cunningham.
*Hockey4Life é uma série de postagens que contam histórias de vida, superação e gentilezas, e que tem o hóquei no gelo ou seus personagens como pano de fundo.
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Sobre Diogo Finelli
Jornalista esportivo desde 2000, fã de hóquei no gelo desde 1995, quando conheceu o esporte nos jogos de computador. Torcedor do New York Rangers, fã de hard rock, e que encontrou no hóquei no gelo a identificação pelos ensinamentos e valores que o esporte propõe.
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