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Jogue como uma garota! Carta de menina de 7 anos corrige erro grave da NHL sobre as mulheres no hóquei
- Por Diogo Finelli
- Atualizado: 16 de janeiro de 2020
Sabrina Scali tem sete anos, joga hóquei e foi responsável por fazer a NHL, liga norte-americana de hóquei no gelo, corrigir um erro grave com relação às mulheres no esporte. Depois de perceber que o baralho oficial da liga trazia cartas de reis e valetes segurando sticks (tacos), enquanto as rainhas carregavam pompons, como líderes de torcida (cheerleaders), a garota tomou a iniciativa de escrever uma carta (à mão) perguntando se as rainhas não podiam segurar tacos de hóquei.
Torcedora do New York Rangers, e participante do programa de hóquei para crianças do clube – o Junior Rangers – em Whippany, Nova Jersey, Scali conta a reação que teve ao brincar com as cartas do baralho e notar a diferença entre elas:
Sabrina Scali is a 7-year-old hockey player who bought a package of #NYR playing cards and couldn’t believe that the kings in the deck were shown as hockey players, but the queens were cheerleaders.
So wasn't OK with it. So she did something about it. #SheWill pic.twitter.com/0MdZkwfscz
— New York Rangers (@NYRangers) January 14, 2020
“Fiquei irritada! As rainhas eram líderes de torcida, que não estão no hóquei, e as meninas também podem jogar hóquei! Então, tentamos mudar isso com uma carta”, disse Scali em um vídeo postado na conta do NY Rangers no Twitter.
Confira a carta escrita por Sabrina Scali, de 7 anos, para a liga:
“Querida NHL, meu nome é Sabrina Scali e tenho sete anos. Meu pai comprou um baralho dos Rangers para mim, e eu percebi que todas as rainhas são cheerleaders (líderes de torcida). Mas: 1- não há cheerleaders no hóquei; 2- meninas podem jogar hóquei também. Acho injusto que nenhuma das rainhas seja mostrada como jogadora de hóquei. Se meninos podem ser jogadores de hóquei, meninas também podem. Obrigada”.
“Quando ela escreveu a carta, pensamos: ‘Isso é ótimo, isso ensinará a ela uma lição realmente honesta sobre defender algo’. A resposta que recebemos da NHL foi além de nossas imaginações mais loucas. Se as pessoas vêem algo errado no mundo, devem se levantar e lutar pelo que acreditam. Acho que envia uma mensagem tremenda”, disse o pai da garota, Mike Scali.
A carta, escrita com lápis em um papel, não demorou a ser respondida pela Liga, que ao tomar conhecimento, corrigiu o grave erro.
“Eles me responderam e disseram que estavam trocando as cartas do baralho (que agora terão as rainhas segurando um taco de hóquei). Fiquei feliz que eles trocaram as cartas. Eles (NHL) também disseram que eu pegaria o primeiro baralho com as novas cartas, que ainda estavam mudando, e não disseram quando seria lançado (o novo baralho)”, relembrou Sabrina Scali, empolgada.
O New York Rangers , que deu início a um programa de hóquei para meninas apenas alguns meses atrás que já tem mais de 2 mil meninas participando, organizou uma clínica Junior Ranger Girls Hockey para Scali e suas colegas de equipe patinarem no gelo do Madison Square Garden (veja fotos na galeria abaixo). A menina, ao lado da medalhista de ouro olímpica dos EUA Amanda Kessel, apresentaram os novos baralhos de cartas no Madison Square Garden.
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Kessel juntou-se a outros jogadores dos EUA e do Canadá para assinar uma coleção de baralhos, comemorando a ocasião. Kessel se lembrará da impressionante persistência de Scali, principalmente devido à sua idade.
“Eu sei o quanto passei sendo mulher no hóquei. Eu nem acredito que aos 7 anos ela teve a coragem de lutar por isso. É realmente impressionante”, disse Kessel.
Sabrina Scali representa muito bem a participação das meninas no hóquei, esporte que pratica há dois anos, desde quando tinha apenas cinco anos de idade. E ela demonstra a paixão que tem pelo jogo ao falar sobre o hóquei.
“Adoro jogar hóquei, é o meu esporte favorito. Minha parte favorita do hóquei é patinar muito rápido. Eu gosto de ir muito rápido”, contou.
Perguntada sobre qual mensagem que ela quis transmitir com sua carta para a liga, ela foi no alvo:
“As meninas podem jogar o que quiserem”, disse Sabrina, que sonha em ser DJ, mas que deixa claro que nem o céu é limite para ela:
“Eu quero ir para o espaço sideral. Eu realmente gosto do espaço sideral”, disse Sabrina.
Hockey on!
*Hockey4Life é uma série de postagens que contam histórias de vida, superação e gentilezas, e que tem o hóquei no gelo ou seus personagens como pano de fundo.
Trilha sugerida para a leitura: The Pretty Reckless – Take Me Down
(Taylor Momsen Rocks!)
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Sobre Diogo Finelli
Jornalista esportivo desde 2000, fã de hóquei no gelo desde 1995, quando conheceu o esporte nos jogos de computador. Torcedor do New York Rangers, fã de hard rock, e que encontrou no hóquei no gelo a identificação pelos ensinamentos e valores que o esporte propõe.
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