Mascote do Vancouver Canucks faz visita surpresa para torcedora de 90 anos, superfã da baleia

Não é todo dia que a gente recebe uma visita especial. Menos ainda em tempos de pandemia, com todas as restrições. Mas Jean Lee, de 90 anos, torcedora do Vancouver Canucks, ganhou uma surpresa de sua mascote preferida. A baleia FIN foi até ela e, mesmo pelo vidro, mantendo o distanciamento social, levou um pouco de alegria para a senhora, que desde o início da pandemia está em tempo integral em uma instituição para idosos, em British Columbia, no Canadá. O encontro foi um presente de sua filha, Angela Lee.

A baleia FIN saltou de sua van personalizada, que usa para comparecer a aniversários, comemorações de Natal e revelações de gênero de bebês, eventos que têm deixado a mascote ocupada desde 29 de março de 2020. Durante a pandemia, foram 634 visitas com distanciamento social dos fãs, o que FIN continuará fazendo durante a offseason (período entre o fim de uma temporada da NHL e o início de outra).

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“A equipe dos Canucks perguntou se era uma ocasião especial e eu disse que não, seu aniversário de 90 anos foi em setembro”, disse Angela. “Mas você sabe, com o lockdown, sem jogos, sem conseguir ver a baleia FIN, isso seria uma boa surpresa para a minha mãe”, disse Angela.

Jean, uma médica aposentada que imigrou da China para o Canadá na década de 1960, começou a acompanhar hóquei por meio de seus dois filhos, que cresceram assistindo aos Canucks. Foi na época em que Vancouver escolheu Trevor Linden, segunda escolha, no Draft de 1988 da NHL.

“Ela (Jean) sempre perguntou quando éramos mais jovens o que estávamos assistindo”, disse Angela. “Então, ela começou a acompanhar o hóquei e ia assistir na TV com a gente. Ela teve dificuldade em seguir o puck (disco) no começo, e depois ficou tão viciada que passou a ouvir os jogos no rádio. Então, mesmo quando ela tinha um jantar de reunião, ela gravava o jogo deles (Canucks) e pedia para que ninguém contasse para ela o placar”.

Quando os ingressos para o Canucks eram difíceis de conseguir, a família fazia viagens rodoviárias para outras cidades como Anaheim, Los Angeles e Phoenix. Eventualmente, Jean ia aos jogos regularmente e até juntava  objetos suficientes para dedicar um quarto inteiro em seu condomínio aos Canucks, chamado de “Quarto Trevor Linden”, já que os itens de seu jogador favorito representavam muitos dos colecionáveis.

Jean também fez amizade com FIN por mais de 20 anos depois de conhecer a baleia em um dos primeiros jogos que ela compareceu em Vancouver.

“Tirei uma foto dela com FIN, foi apenas casualidade, e depois disso ela ficou muito feliz”, disse Angela. “Ela amava muito (encontrar com a baleia)”, comentou a filha.

Jean encontrava FIN sendo uma rara mulher idosa na fila entre as crianças para tirar uma foto com a mascote. E muitas vezes a baleia a encontrava nas arquibancadas para cumprimentá-la e posar para mais fotos.

“FIN é muito bom nos jogos”, disse Angela. “Ela passa, mamãe a vê, e agarra sua barbatana, e FIN vai morder sua cabeça… Você sabe, é um monte de risadas e ela simplesmente adora”.

Uma noite, depois de um jogo em dezembro de 2019, FIN pegou um disco do gelo e entregou a Jean, apenas para entrar no vestiário e ver o gerente de equipamentos do time procurando o mesmo disco, porque era do atacante Elias Pettersson, que havia marcado o gol da vitória do jogo na prorrogação e também marcado seu 100º ponto na NHL.

Quando Jean e Angela souberam que tinham o disco de Pettersson, ficaram felizes em devolvê-lo, mas com uma condição: Jean queria entregá-lo ela mesma.

“Ela ficou muito confusa porque ele se aproximou e entregou-lhe um stick (taco) e ela disse, ‘O que estou fazendo com isso?’ Na época, ela tinha 89 anos e sua memória já não era boa”, disse Angela. “Então eu disse: ‘Dê o disco a ele, acho que ele está lhe dando um taco autografado.’ E ela fez”.

Então Jean conseguiu mais um item para sua coleção e uma história para contar aos amigos, mesmo que eles não sigam seu esporte favorito.

“É muito engraçado porque, você sabe, conforme ela fica mais velha, ela tenta explicar para seus amigos chineses mais velhos e eles ficam tipo, ‘Por que essa mulher chinesa gosta tanto de hóquei?”, Angela disse.

Angela diz que Jean tem dificuldade de se lembrar das coisas de vez em quando, mas quando FIN pulou da van e foi até a janela, Jean acendeu um cigarro. A baleia trouxe alguns presentinhos, incluindo uma versão de pelúcia, que, desde então, foi ligada ao andador da torcedora.

Hockey on!

*Hockey4Life é uma série de postagens que contam histórias de vida, superação e gentilezas, e que tem o hóquei no gelo ou seus personagens como pano de fundo.

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