Lauren Liff, de 30 anos, convive com doenças autoimunes (em que o sistema imunológico do corpo ataca células saudáveis) que afetam sua bexiga e seus rins desde 2009. Torcedora do New Jersey Devils “desde que se lembra”, a moça realizou um sonho no sábado (27), antes da partida contra o Florida Panthers, no Prudential Center, em Nova Jersey: cantar o hino nacional americano.
Residente em Dover, no estado de Nova Jersey, Lauren foi diagnosticada há nove anos com cistite intersticial (doença crônica e dolorosa que afeta a bexiga), rim de esponja medular (anormalidade desenvolvimental rara que pode ocorrer em um ou nos dois rins, caracterizada por malformações nos dutos coletores medulares, que sugere tratamento da infecção do trato urinário, a remoção dos cálculos renais e a prevenção de infecções e cálculos recorrentes) e nefrolitíase (presença ou formação de cálculos renais).
“Minha bexiga não funciona normalmente. Eu tenho implantes médicos nas costas que ajudam com a dor. Eles não necessariamente ajudam o tempo todo… É uma doença crônica. Eu vivo com dor diariamente, e eu tomo mais medicamentos do que me importo. Impacta literalmente em todos os aspectos da minha vida”, disse Liff, que ganhou o apelido de “The Warrior” (A Guereira).
Cantar o hino antes de um jogo dos Devils é algo que Liff tinha pensado desde os 5 anos.
“Eu costumava praticar o hino o tempo todo no banco de trás do carro dos meus avós. Eu literalmente quis fazer isso toda a minha vida. Foi a primeira coisa na minha lista de desejos”,
A moça, que tem um filho de 6 anos, Avery, e um noivo, Zac, com quem ela vai se casar em setembro de 2019, disse que é fanática pelo New Jesey Devils desde que presenciou seu primeiro jogo com seu pai na Continental Airlines Arena, antigo ginásio da equipe, em Rutherford, Nova Jersey, em 1996. Ela é figura conhecida do clube, uma vez que sempre escreve sobre o time e interage pelo Twitter.
“Patrik Elias é meu jogador favorito de todos os tempos. Eu tenho os mesmos sentimentos hoje como no meu primeiro jogo de hóquei. O cheiro do gelo, o jeito que os patins soam, toda a atmosfera”, comentou Liff, que se inspira na luta recente contra uma doença, o câncer, vencida pelo atacante Brian Boyle.
“Brian Boyle tem sido uma grande inspiração para mim. Ouvir sua história, saber o que ele está passando, e o apoio que ele recebeu de todos os fãs e da organização me dá confiança e força”. disse a moça, que quer oferecer esperança àqueles afligidos por qualquer doença.
“Minha mensagem é colocar um pé na frente do outro, manter o queixo para cima, continuar sorrindo, porque mesmo nos momentos mais sombrios há sempre luz no fim do túnel. No começo foi difícil para mim ver isso, mas qualquer um pode fazer isso… Você só tem que acreditar”, disse Liff.
Hockey on!
*Hockey4Life é uma série de postagens que contam histórias de vida, superação e gentilezas, e que tem o hóquei no gelo ou seus personagens como pano de fundo.
Jornalista esportivo desde 2000, fã de hóquei no gelo desde 1995, quando conheceu o esporte nos jogos de computador. Torcedor do New York Rangers, fã de hard rock, e que encontrou no hóquei no gelo a identificação pelos ensinamentos e valores que o esporte propõe.