Primeiro membro de comunidade indígena, defensor do Florida leva mãe às lágrimas em estreia na NHL

É comum um novato causar momentos emocionantes em sua estreia na liga profissional de hóquei no gelo, por ser a realização do sonho do jogador e de seus familiares. Mas a primeira vez de Brady Keeper pelo Florida Panthers teve um significado histórico. O defensor, de 22 anos, é a primeira pessoa da comunidade indígena Pimicikamak Cree Nation, de Manitoba, no Canadá, a chegar à NHL. Aconteceu na quinta-feira (28), contra o Ottawa Senators, no Canadian Tire Centre, em Ottawa, no Canadá. Assim que Keeper pisou no gelo para o aquecimento, sua mãe Helga começou a chorar. Membros da família de Brady Keeper fizeram a viagem de Cross Lake, em Manitoba, uma comunidade de 8 mil pessoas localizada a oito horas ao norte de Winnipeg, entre eles seus pais, a avó, a namorada e os dois filhos.

“Estou muito feliz por ter a chance de jogar na NHL. Obviamente, minha família está realmente orgulhosa de mim, assim como a minha comunidade que está em casa e outros aborígines. Estou muito animada para jogar. Não tenho palavras para explicar como me sinto. Estou muito feliz”, disse Keeper.

RELACIONADA
Atacante Tootoo transforma suicídio do irmão em ajuda à comunidade e conscientização

Pela rápida pesquisa que fiz, Pimicikamak Cree Nation é usado como um nome para se referir à Pimicikamak, um dos povos indígenas Cree mais populosos do Canadá. Etimologicamente, “Pimicikamak Cree Nation” é uma descrição desse povo indígena, e não é um nome.

Outra coisa que é interessante, é que o uso da palavra “aborígene” faz referência a alguém ou a algo originário do solo em que vive. Neste sentido, pode referir-se tanto a uma pessoa (uma tribo aborígene) como a um animal ou a uma planta. Quando o termo se refere a uma pessoa, é usado para fazer alusão aos primitivos moradores de um território, pelo que se contrapõe àqueles que se estabeleceram posteriormente na região.

A noção de aborígene é usada como sinônimo de indígena ou habitante nativo. Porém, no seu sentido mais específico, um indígena é um homem que pertence a uma etnia que preserva a cultura tradicional não europeia. De um modo geral, um indígena pertence a uma tradição organizativa anterior ao surgimento do Estado moderno.

Por outro lado, aos aborígenes americanos tende-se a considerá-los de índios, uma confusão que surgiu quando os europeus chegaram pela primeira vez à América quando se pensava que haviam chegado à Índia.

Keeper, um jogador livre de contrato da Universidade do Maine, assinou um contrato inicial com o Florida Panthers em 18 de março. O jogador tinha 63 centavos em sua conta bancária, além de um terno e uma mochila, quando voou para Dallas para conhecer a equipe para sua primeira atividade de patinação no dia seguinte. Foi um grande marco para a sua pequena comunidade.

Shaylyn Constant, a namorada do jogador, levou um cartaz escrito “Keeper cool, Keeper calm”, fazendo um jogo de palavras com o nome do defensor e transmitindo a ele todo o apoio e tranquilidade na estreia. Ela ainda fez uma foto de família com Brady Keeper no rink (quadra de gelo). O jogador ainda jogou um puck (disco) para a sua avó.

“Eu sei que estão todos olhando para ele. Eu sei que todo mundo está tão animado com ele. Brady está tão animado com todo mundo que está assistindo ele. É para isso que ele trabalhou”, disse Constant ao canal TSN.

Brady Keeper ganhou o respeito da equipe por sua reação em uma noite especial.

“Ele estava absorvendo tudo. Eu pensei que ele realmente se saísse bem sob pressão. Todo mundo se lembra de seu primeiro jogo, o tanto que você fica nervoso e como é difícil se concentrar”, disse o técnico dos Panthers, Bob Boughner.

“Eu realmente tive uma explosão absoluta com ele. Ele é um ótimo garoto. Ele queria aprender o jogo inteiro, então, estou feliz por ele”, disse o parceiro defensivo de Keeper, MacKenzie Weegar

Mas o maior elogio veio do veterano goleiro Roberto Luongo, que não teve que dar nenhuma bronca no novato.

“É ótimo, estamos muito animados com ele. Acho que ele jogou muito bem. Ele não parecia perdido, o que é importante. E ele não virou o disco (atravessou de um lado para o outro) para que eu não tivesse que gritar com ele, o que foi ótimo”, brincou Luongo.

Hockey on!

*Hockey4Life é uma série de postagens que contam histórias de vida, superação e gentilezas, e que tem o hóquei no gelo ou seus personagens como pano de fundo.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *